Tratamento de Glaucoma

Tratamento Glaucoma Florianópolis - dra Vanessa Gerente

 

O glaucoma é uma neuropatia óptica, ou seja, uma doença que leva ao dano progressivo do nervo óptico. O principal fator de risco para a doença é o aumento da pressão intraocular. Outros fatores de risco são a idade avançada e história familiar da doença. O glaucoma é a segunda causa de cegueira mais comum no mundo todo.

 

O glaucoma leva à perda de células nervosas da retina e, à medida que progride, causa alterações da visão, com diminuição do campo visual periférico. Se não tratada, essa perda de campo visual pode atingir a visão central, causando cegueira irreversível.

 

O glaucoma pode ser classificado como de ângulo aberto ou fechado. O “ângulo” refere-se à região da junção da íris e da córnea na periferia da câmara anterior. É nessa região que é drenado o líquido produzido dentro do olho, o humor aquoso.

 

O glaucoma primário de ângulo aberto é responsável por quase 90% de todos os casos e geralmente é assintomático. A pressão intraocular sobe lentamente, devido a uma alteração na drenagem do humor aquoso. O dano ao nervo óptico ocorre de forma progressiva e a perda da visão se inicia na periferia do campo visual. Não há dor, e o paciente muitas vezes não percebe que está perdendo lentamente a visão, até que a doença esteja em um estágio avançado. Devido à ausência de sinais e sintomas, a melhor forma de diagnóstico desse tipo de glaucoma é o exame ocular periódico.

 

No glaucoma de ângulo fechado, o ângulo entre a íris e a córnea é mais estreito do que o normal, o que dificulta a drenagem do humor aquoso, levando ao aumento da pressão dentro do olho. Pode ser agudo, quando ocorre um aumento súbito da pressão, com dor intensa, náuseas e diminuição da visão. Também pode ser crônico, com aumento progressivo da pressão. É importante notar que existem olhos predispostos ao glaucoma de ângulo fechado, que apresentam um ângulo da câmara anterior estreito. Estes casos podem ser identificados em consultas de rotina e, em alguns casos, têm a indicação de um tratamento a laser profilático (iridotomia).

 

Existe também o glaucoma de pressão normal, em que o dano ao nervo óptico ocorre sem elevação da pressão intraocular a níveis superiores ao considerado normal. As causas deste tipo de glaucoma ainda são desconhecidas, porém, entre as que apresentam maior risco estão: pessoas com história familiar de glaucoma de pressão normal, pessoas de descendência japonesa e pessoas com história de doença cardiovascular. O glaucoma de pressão normal é diagnosticado pelos mesmos exames realizados para confirmar o diagnóstico dos outros tipos de glaucoma.

 

O glaucoma congênito ocorre em bebês e crianças pequenas e geralmente é diagnosticado durante o primeiro ano de vida. Esta é uma condição rara, que pode ser herdada ou causada pelo desenvolvimento incorreto do sistema de drenagem do olho antes do nascimento. Leva a uma pressão intraocular aumentada, que por sua vez danifica o nervo óptico. Os sintomas do glaucoma congênito incluem olhos aumentados (buftalmo), lacrimejamento excessivo, opacidade da córnea e sensibilidade à luz.

 

Existem ainda os glaucomas secundários, em que outra doença causa ou contribui para aumento da pressão intraocular. Pode ser decorrente de trauma ocular, inflamação, tumor, uso de medicamentos oculares ou sistêmicos, ou em casos avançados de catarata ou diabetes.

 

O glaucoma não tem cura, mas pode ser controlado se detectado precocemente e tiver o tratamento adequado. O tratamento depende do tipo específico de glaucoma, da sua gravidade e como o paciente responde ao tratamento. Pode ser clínico, com colírios que reduzem a pressão intraocular. Alguns casos possuem indicação cirúrgica ou de laser.

É muito importante realizar o exame oftalmológico anual, para que possa ser feito o diagnóstico precoce da doença.